Como é querer conversar com Deus e não conseguir? Tentar um diálogo e sentir o céu como sendo impenetrável, blindado, avesso a qualquer oração? Muitos homens e mulheres têm-se sentido assim desde o Gênesis. Alguns almejaram chegar até os céus. Construíram Babel. Ainda hoje muitos falam, falam, suplicam e Deus parece silencioso. Como li certa vez, atribuem-se infinitos sentidos a esse silêncio de Deus: cólera, misericórdia, indiferença, ameaça de castigo. O diálogo, no entanto, é o necessário.

A busca da essência que habita em nós é muito grande. Fomos feitos à imagem e semelhança do Pai. Deus se revela a nós também por sua criação, mas esta não satisfaz os nossos anseios, não responde às nossas perguntas. O que então fazemos? Construímos catedrais, tótens, menires, pagodes, minaretes, com o objetivo de alcançar os céus. Lugares para se conversar com Deus. O anseio é ouvir sua voz. Voz troante e poderosa pertencente a um Deus todo-poderoso. O profeta Elias, porém, escutou-a mansa e delicada, num murmúrio suave, ao contrário do que muitos poderiam imaginar.

Isso pode acontecer a qualquer momento conosco também. Basta nos aquietarmos e lembrar que Deus se revela ao aflito e necessitado, como eu e você. Sabemos que a pergunta deveria ser: “Para quê?” e não “Por quê?” mas ficamos nos debatendo, questionando, medindo forças. Não é fácil brigar com Deus. Por mais questionadores que sejamos, há sempre lições a aprender com o que nos acontece. Não precisamos de templos gigantescos nem de nada material para buscar a Deus. Ele vai falar hoje com você - por sua Palavra, uma música, um e-mail, um telefonema, um gesto. Creia nisso e aguarde. - AP

Por quê? Por quê? Por quê? Deus sabe para quê.