“Silenciem, se vocês não tiverem nada para dizer. Por favor, silenciem”! Estas palavras foram escritas por uma jovem com AIDS na cabeceira de sua cama. Ela já tinha recebido muitas visitas, e cada um que chegava dizia qualquer coisa. Ela cansou disso. Isso me faz pensar em muitas visitas feitas a doentes, a pessoas enlutadas e que estão sofrendo.
Fala-se sem parar, pois cada um tem a sua receita, a melhor saída. Todos se esforçam em dizer alguma coisa, e muitas vezes falam muito, mas não dizem nada. Falam por falar, mas as palavras são vazias, superficiais e muitas vezes impensadas.
Em determinados momentos, o que uma pessoa mais necessita é a companhia de pessoas que saibam calar.
O simples fato de estar presente muitas vezes diz muito mais do que palavras. Há outras maneiras de falar. Num simples aperto de mão, num olhar, num abraço ou num gesto de amor ocorre comunicação sem palavras. No silenciar é possível assimilar melhor a dor do outro, e só então se pode compartilhar do que ele está sentindo.
Quão sábia foi a atitude dos amigos de Jó! O diabo o tinha afligido terrivelmente e ele perdeu seus filhos e bens. Tornou-se um homem pobre, e sua fé estava sendo provada de maneira dura e impiedosa. Sua própria esposa se revoltou, incitando-o a amaldiçoar a Deus e morrer (v 9).
Ele sentia uma profunda dor e não entendia o que de repente lhe sobreveio. Nesta situação ele recebeu a visita dos seus amigos. Quando o viram, quase não o reconheceram. O que fizeram? Começaram a chorar em alta voz. Durante uma semana inteira estiveram com ele sem dizer uma só palavra. Que solidariedade! É o que temos a aprender. Há pessoas que anseiam por nossa presença. Querem se sentir amadas e confortadas. Esse é o melhor gesto do amor de Jesus que podemos expressar. - LS
Senhor, ensina-me a estar presente e silenciar quando o meu próximo sofre.


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