Com certeza você já ouviu alguém evitar uma resposta dizendo “não sei.” Quando Deus perguntou a Caim onde estava Abel, pouco depois do seu crime, Caim respondeu assim numa tentativa frágil de escapar. Até Pedro, depois de andar três anos com Jesus, negou que o conhecia. Felizmente caiu em si, arrependeu-se e continuou como seguidor de Cristo e depois como seu apóstolo. Muitas são as ocasiões para dizermos “não sei”. Diante de um problema sem solução aparente, o cristão confessa que não sabe como deve orar. Mas o Espírito de Deus toma o caso e o interpreta segundo a vontade de Deus (Rm 8.26,27). O sofredor Jó não sabia a razão das suas aflições, mas pôde declarar: “Sei que o meu Redentor vive” (Jó 19.25).
Veja a leitura de hoje, em que o profeta Daniel encarou outra vez um mistério e perguntou o que seria o resultado do que acabara de ouvir. Depois de receber muitas revelações a respeito do futuro de Israel e das nações, queria saber do desfecho.
Mas Deus ocultou o futuro naquele ponto e lhe deu o que precisava mais: assegurou-lhe a sua recompensa final. Daí em diante Daniel teria de contentar-se com um simples “não sei”, sem acrescentar sua suposição. Para o cristão há o perigo do excesso de autoconfiança e de achar que sempre deve saber o que fazer e dizer, quando deveria de boa consciência dizer “não sei.” Os “amigos” de Jó estavam seguros de que Jó sofria por ter cometido algum pecado, mas pelo seu julgamento arbitrário receberam a censura de Deus.
Na verdade, quando se espera a nossa opinião diante de um caso difícil, podemos ceder à tentação de dar uma resposta positiva para agradar, mas se tivermos dúvidas, um “não sei” ou uma resposta sincera semelhante seria melhor. Realmente, nossa vida nos apresenta dúvidas a respeito de muitas coisas, mas quando aceitamos Cristo, a luz do mundo, podemos afirmar: “Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!” (Jo 9.25). Você tem esta certeza? - TL
É bom saber muito, mas melhor é saber que Deus sabe o que não conseguimos saber.
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