Virtude Fundamental

Jesus acabara de ensinar que a prática é necessária para o que saber seja válido. A primeira coisa que vemos no texto que lemos é que a fé e o amor devem andar sempre juntos. Tendo poder de vida e morte sobre os escravos, os romanos não eram muito chegados à ideia de amá-los, o que destaca ainda mais a atitude daquele centurião. Os judeus que foram enviados para intercederem a favor dele, ou melhor, do seu servo, apelaram para o argumento do mérito. Estavam acostumados com essa ideia, pois julgavam poder agradar a Deus por meio de boas obras.

   A aproximação de Cristo impactou o centurião. Convicto de sua indignidade, imediatamente a confessou. Essa atitude nos lembra que Jesus bendiz os pobres em espírito (Mt 5.3). Poderíamos também dizer: os que comparecem de mãos vazias diante de Deus. A confissão de nossa pobreza diante de Deus lhe agrada, pois atribui a glória àquele a quem de fato ela cabe. Além da humildade desse oficial romano, é impressionante sua fé. Cristo realizou muitos milagres em Cafarnaum, e o oficial deve ter ouvido bastante a respeito de Cristo. Mas, sem a prática, o saber fica sem valor.

   Acostumado a reconhecer autoridade na palavra de seus superiores, o oficial coloca a autoridade de Cristo numa palavra apenas, dispensando até sua presença física. Que exemplo de fé! É a mesma do apóstolo João, quando diz que "todas as coisas foram feitas por intermédio dele" (Jo 1.3). Concluímos lembrando o desafio da passagem: se um homem com tão pouca informação creu tanto, que justificava temos para não crer em Cristo? Se a fé é fundamental para agradarmos a Deus, por que não exercê-la?

Fé: uma pequena palavra com grandes efeitos quando é posta em prática.